quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Pensar

Paulo Teixeira Pinto foi o convidado especial da XIII Conferência Anual do Diário Económico e, ao contrário dos muitos convidados especiais do que quer que seja, não falou de desafios, de compromissos e de tantas outras tretas que enchem o tempo dos que se julgam especiais. Ficam aqui alguns excertos.

"Fala-se muito de educação e bem, mas não acredito que o que nos falte seja a reforma da educação. Talvez até tenham existido demasiadas reformas. E hoje é possível tirar um mestrado sentado em frente a um computador.O que faz a diferença não é a informação, mas a imaginação, o talento e a vontade."

"O futuro não se faz com palavras, com desafios. Se pudesse, usava só substantivos e não adjectivos."

"Era importante substituir urbanismo por urbanidade. Mas somos cúmplices de uma realidade que persiste ao nosso lado, aquilo a que chamo as fábricas do mal, os subúrbios. É impossível as crianças terem uma formação normal, já não digo boa, se vivem numa selva, onde a única opção é entre a violência e a violência."

"Continuo a achar que o melhor livro de estratégia continua a ser 'Alice no País das Maravilhas', não por causa do País das Maravilhas, mas por causa da Alice e de uma pergunta que ela faz, acho que ao gato, 'este caminho é bom?', o gato diz-lhe que depende do que ela quer e a Alice diz que 'tanto faz', então o gato diz 'se é assim, esse caminho é bom'. Este é o nosso pior mal, a indiferença perante os outros. É que os votos dos indiferentes também pesam na decisão colectiva."

"É determinante o culto do sucesso, através da afirmação do respeito e da homenagem a todos os que têm sucesso, os ícones. Estas pessoas fazem mais por uma unidade de sentimento do que qualquer político pode fazer. É aqui que entra a educação porque o exemplo não é a melhor forma de ensinar, é a única. Recordo que a última palavra dos Lusíadas é inveja."

"Acredito que o que faz toda a diferença não são as palavras, nem a análise, mas sim a atitude perante a vida, a capacidade de agir, de tomar riscos, a procura de exigência, a ambição de procurar fazer sempre melhor. Aquilo a que chamo de espírito olímpico."

Paulo Teixeira Pinto, XIII Conferência do Diário Económico

1 comentário:

Anónimo disse...

Excelentes exemplos. O de Paulo Teixeira Pinto e o teu que aqui o citaste. Para pensar e integrar.

C.O.