quinta-feira, 18 de outubro de 2007

James Watson

O prémio Nobel James Watson brinda-nos com mais uma pérola, depois de tantas a que nos habituou, nem sei como é que ainda se lhe dá importância. Poupem-nos, lá porque ganhou um Nobel, não deve ser visto como um iluminado, não é, já o sabíamos, o seu único mérito é recordar-nos as enormidades que se pensaram e que, felizmente, quero acreditar, cada vez menos se pensam. E, a propósito, o que pensa Leonor Beleza sobre o presidente do conselho científico da Fundação Champalimaud?

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Dalai Lama

Dalai Lama será hoje recebido, oficialmente, pelo presidente dos Estados Unidos e receberá a Medalha de Ouro do Congresso, a mais alta distinção civil atríbuída pelos norte-americanos. A China pressionou, disse que estava "furiosa" e já começou com as esperadas retaliações. A decisão de Bush receber o líder espiritual e político do Tibete não será, obviamente, desprovida de interesse, mas contrasta com a pequenez de Sócrates e dos seus ministros, que há não muito tempo, se engasgaram quando decidiram que Portugal se ajoelhasse perante a vontade chinesa. O tamanho não é tudo, também entre Estados.

Jardim

Jardim Gonçalves deve ter motivos muito sérios para não querer deixar o BCP e não se deve tratar apenas de ânsia pelo poder, nem tão pouco de amor ao banco que fundou há 22 anos. Estas razões não justificariam tamanhas piruetas, a não ser que a demência já tivesse feito das suas, o que não é o caso. Jardim Gonçalves, talvez mais ninguém, saberá porquê e os episódios recentes deixam a nossa imaginação voar. A confiança morreu e Jardim Gonçalves parece não ter entendido isso, isso e que é uma questão de dias, que os seus inimigos tudo vão fazer para o tirar do BCP, que o lavar de roupa suja ainda agora começou. Triste momento o do BCP, que dá que pensar sobre o que se passará nos outros bancos, o facto de o governador do Banco de Portugal vir a público dizer que não está em causa a credibilidade e estabilidade do sistema financeiro é sintomático, tudo, apenas e sempre, mais uma vez, o reflexo do que somos...

sábado, 6 de outubro de 2007

Pobreza

Hoje é dia nacional, mundial, tanto me faz, dos cuidados paliativos, como todos dias nacionais e mundiais do que quer que seja, serve para nos lembrar de tristes realidades, de que existem, nos hospitais portugueses, apenas 50 camas para ajudar os doentes terminais, estimam-se que sejam 50 mil, a morrer com alguma dignididade. Dizem médicos e enfermeiros que cada um deve poder escolher, livremente, a forma como quer morrer e que, para tal, é essencial aliviar, primeiro, as dores físicas e não só. Pois, alguém que já saiba que tem os dias contados e que os passe a contorcer-se de dores desejará, imagino, que o último já tivesse sido. É assim que um país da União Europeia, que se diz desenvolvido, trata dos doentes terminais, dos velhos que não têm onde cair mortos e que, na maior parte dos casos, se deparam com a solidão e com a nossa indiferença, apenas quebrada nos dias nacionais, ou mundiais. Este é só um importante indicador da probreza da sociedade de um país que se diz desenvolvido.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Desassossego

«Considerar a nossa maior angústia como um incidente sem importância, não só na vida do universo, mas na da nossa mesma alma, é o princípio da sabedoria. Considerar isto em pleno meio dessa angústia é a sabedoria inteira. No momento em que sofremos, parece que a dor humana é infinita. Mas nem a dor humana é infinita, pois nada há humano de infinito, nem a nossa dor vale mais que ser uma dor que nós temos».

Livro do Desassossego, Fernando Pessoa

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O depois e o antes





Joel Hasse Ferreira

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

John Cale - Magritte

Better watch the art...

Pensar

Paulo Teixeira Pinto foi o convidado especial da XIII Conferência Anual do Diário Económico e, ao contrário dos muitos convidados especiais do que quer que seja, não falou de desafios, de compromissos e de tantas outras tretas que enchem o tempo dos que se julgam especiais. Ficam aqui alguns excertos.

"Fala-se muito de educação e bem, mas não acredito que o que nos falte seja a reforma da educação. Talvez até tenham existido demasiadas reformas. E hoje é possível tirar um mestrado sentado em frente a um computador.O que faz a diferença não é a informação, mas a imaginação, o talento e a vontade."

"O futuro não se faz com palavras, com desafios. Se pudesse, usava só substantivos e não adjectivos."

"Era importante substituir urbanismo por urbanidade. Mas somos cúmplices de uma realidade que persiste ao nosso lado, aquilo a que chamo as fábricas do mal, os subúrbios. É impossível as crianças terem uma formação normal, já não digo boa, se vivem numa selva, onde a única opção é entre a violência e a violência."

"Continuo a achar que o melhor livro de estratégia continua a ser 'Alice no País das Maravilhas', não por causa do País das Maravilhas, mas por causa da Alice e de uma pergunta que ela faz, acho que ao gato, 'este caminho é bom?', o gato diz-lhe que depende do que ela quer e a Alice diz que 'tanto faz', então o gato diz 'se é assim, esse caminho é bom'. Este é o nosso pior mal, a indiferença perante os outros. É que os votos dos indiferentes também pesam na decisão colectiva."

"É determinante o culto do sucesso, através da afirmação do respeito e da homenagem a todos os que têm sucesso, os ícones. Estas pessoas fazem mais por uma unidade de sentimento do que qualquer político pode fazer. É aqui que entra a educação porque o exemplo não é a melhor forma de ensinar, é a única. Recordo que a última palavra dos Lusíadas é inveja."

"Acredito que o que faz toda a diferença não são as palavras, nem a análise, mas sim a atitude perante a vida, a capacidade de agir, de tomar riscos, a procura de exigência, a ambição de procurar fazer sempre melhor. Aquilo a que chamo de espírito olímpico."

Paulo Teixeira Pinto, XIII Conferência do Diário Económico

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Jardim Gonçalves...


... e a estratégia do salame, cortadinho, em fatias, bem fininhas, ou um pouco mais grossas, ao seu gosto e conveniência, o banqueiro mostra ser um verdadeiro mestre, dá gosto ver o ardil e a eficácia, confude quem se atreve a imaginar o tamanho do enchido...

sábado, 22 de setembro de 2007

Menezes


Este senhor diz, em entrevista ao Expresso, que não sabe conjugar o verbo perder. Isto explica muita coisa...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Lula Pena

Que é feito de Lula Pena? Peço que volte!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Fim do Verão

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

domingo, 12 de agosto de 2007

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Aeroporto

E se, enquanto se discute a localização do Novo Aeroporto, se resolvesse o problema das bagagens no Aeroporto da Portela. Não sei o que é que a Ground Force anda a fazer, mas a bicha de gente para reclamar problemas com a bagagem, enorme, será, seguramente, um sinal de algo está muito mal.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Pausa

segunda-feira, 30 de julho de 2007

quinta-feira, 26 de julho de 2007

terça-feira, 24 de julho de 2007

domingo, 22 de julho de 2007

Jorge Palma


Não conseguir parar de ouvir. Voo Nocturno de Jorge Palma. A faixa que dá nome ao novo CD é linda e a Encosta-te a Mim também. Palma não me desilude...

sábado, 21 de julho de 2007

Entrevista de Jardim Gonçalves


Jardim Gonçalves deu hoje a sua primeira entrevista, mas mais valia não ter dado. Algumas das suas respostas pareciam querer passar um perfeito atestado de estupidez a quem o leu. Sendo verdade que não sabemos nem um décimo da realidade e do que se tem vivido no banco, os factos, entretanto, vindos a público tornam demasiado evidente a situação de desnorte, de conflito e de desconfiança entre os órgãos de gestão. Compreende-se que a sua obrigação é tentar devolver a estabilidade perdida ao BCP, mas daí até desmentir o que já é indesmentível vai uma grande diferença. Em alguns casos, se não se tratasse de um assunto tão sério, parecia que Jardim Gonçalves contava anedotas.

domingo, 15 de julho de 2007

Eleições em Lisboa

Dos resultados das eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa retiram-se várias conclusões. Uma, particularmente relevante, é a debilidade da liderança do maior partido da oposição. Marques Mendes retirou o apoio a Carmona Rodrigues e precipitou novas eleições na CML, mas o seu novo candidato, Fernando Negrão, acabou por ficar atrás do seu antecessor. Disto, o líder do PSD não tem como escapar. A decisão de Marques Mendes, de precipitar as directas para eleição de um novo líder do partido, não poderia ser outra. A derrota é sua e, hoje, ficou claro que os social-democratas não o querem à frente do PSD. Só com novo líder, o PSD estará pronto para assumir o importante papel de líder da oposição ao Governo maioritário de José Sócrates.
Paula Teixeira da Cruz é o rosto de uma liderança inteligente...

quinta-feira, 12 de julho de 2007

sábado, 7 de julho de 2007

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Chineses querem comprar Benfica II

Depois de Joe Berardo, os chineses. Desde que invistam em bons jogadores que marquem golo!

Chineses querem comprar Benfica I

Sapo Vídeos

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Um motivo para comemorar o 4 de Julho


Alan Johnston, o jornalista da BBC raptado em Gaza há quatro meses, foi libertado esta manhã, após negociações entre o Hamas e o grupo ligado à Al-Qaeda que o mantinha refém.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Jardim 'versus' Teixeira Pinto

À medida que as notícias sobre a guerra de poder no BCP se multiplicam, as minhas dúvidas aumentam. Hoje, já não sou capaz de dizer, com a mesma convicção, que o que move Jardim Gonçalves é apenas a vertigem do poder. Nem sou capaz de afirmar, com igual convicção, que o que Paulo Teixeira Pinto fez se limitou a um grito de independência. Voltarei mais tarde...

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Novo Equipamento do Glorioso

Movimento Informação é Liberdade

«O grupo de jornalistas abaixo assinados constatando que se encontra em marcha o mais violento ataque à liberdade de Imprensa em 33 anos de democracia, decidiu juntar a sua voz à de todos os cidadãos e entidades que se têm pronunciado sobre a matéria e manifestam publicamente o seu repúdio por todo o edifício jurídico aprovado pela Assembleia da República.»

No título, link para o Blogue

domingo, 1 de julho de 2007

sábado, 30 de junho de 2007

Jardim Gonçalves e as galinhas

E depois de Rui Costa e Mega Ferreira, Jardim Gonçalves...

«Please, ele que fique em casa a tomar contas das galinhas, ou qualquer coisa...», Joe Berardo.

E depois, ainda há quem diga que Berardo tem problemas de comunicação!

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Jardim pondera destituição de Paulo Teixeira Pinto

É esta a manchete do Expresso. Não surpreende. Jardim Gonçalves não consegue digerir o facto de o homem que escolheu para o suceder na liderança do BCP não ser um pau-mandado. Jardim Gonçalves não consegue sequer imaginar a ideia de que o banco que criou não é seu. A sua participação é inferior a 1%, o banco está cotado em bolsa e tem milhares de accionistas. É assim que se vive no mercado de capitais.

Se Jardim Gonçalves se quiser impor e continuar a mandar no banco, que compre o BCP, que lance uma OPA. O que não pode é contrariar a vontade de alguns, muitos, accionistas, ou pelo menos, tentar, mais uma vez, fugir ao confronto com os que lhe fazem uma dura oposição.

Se, de facto destituir Paulo Teixeira Pinto, Jardim Gonçalves conseguirá apenas piorar a situação, já que incendiará ainda mais os ânimos. A guerra está instalada e existem, neste momento, investidores de peso que querem Jardim Gonçalves afastado da gestão do banco. Não perceber isto revela uma absoluta cegueira e uma absoluta irresponsabilidade. Grave, porque o que está em causa é o futuro do maior banco privado português.

Admito que já tenha passado pela cabeça de Paulo Teixeira Pinto, mais do que uma vez, apresentar a demissão. Não o fez porque se sente apoiado, mas, sobretudo, porque entende que a clarificação da liderança do banco deve ser assumida pelos seus donos, ou seja, por todos os accionistas, em assembleia geral. Não é Jardim Gonçalves que, como uma espécie de ditador, pode dispor como entender de uma instituição, apenas porque a fundou.

Triste fim o de um homem que revolucionou o sector financeiro em Portugal e que do nada fez nascer o maior grupo financeiro nacional...

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Fumar

Fumo, com todo o prazer e todo o vício. Embora possa não parecer, sei quais são as consequências de fumar. FUMAR MATA, como diz o meu maço de SG Ventil. Sei disso e fumo porque gosto, porque preciso, porque quero e porque posso! Se e quando quiser e se e quando conseguir, deixarei de fumar. Sou eu que vivo com o meu prazer e o meu vício. Os três ainda estamos vivos...

Vasco Pulido Valente - Público

Viver sem fumar é como escrever sem pontuação. Pelo menos, para mim. A pequena cerimónia de acender um cigarro marca um "tempo": o princípio do dia, o princípio do trabalho, cada intervalo ou cada distracção, o alívio (ou o prazer) de acabar qualquer coisa, o almoço (quando almoço), o jantar (quando janto), o fim do dia, antes de fechar a luz, como um ponto parágrafo. O cigarro divide, acentua, encoraja, consola. Abre e fecha. É uma estação e uma recapitulação. "Já cheguei aqui. Falta ainda isto, isto e aquilo".

Nas poucas vezes que tentei não fumar, tinha um sentimento de desordem, de arbitrariedade, de não saber passar de um frase a outra ou de um capítulo ao capítulo seguinte. Os fumadores, se repararem bem, não fumam ao acaso; fumam com ritmo.O cigarro também é uma companhia. Sobretudo para quem trabalha sozinho. A maior parte das pessoas vai falando, pouco ou muito, durante o trabalho. Por necessidade ou por gozo próprio. Do "serviço" à intriga, há milhares de oportunidades para o grande e simpático exercício de conhecer o próximo: para gostar dele ou para o detestar, para o observar, o comentar ou o intrigar. De porta fechada, à frente de um computador ou de um livro, não há nada à volta. Aí o cigarro ajuda. É um fiel amigo: a pausa que torna o resto tolerável. E que, além disso, recompensa uma boa ideia ou manifesta o entusiasmo ou a execração pelo que se leu. Com quem se pode conversar senão com o cigarro?

De certa maneira, o cigarro substitui a humanidade; e não me obriguem a fazer analogias. Mas, principalmente, fumar serve para pensar. Quando, a ler ou a escrever, paro a meio de uma página, porque me perdi num argumento ou não consigo imaginar como se continua, pego num cigarro e penso. Não me levanto, não me agito, não abro a boca, não me distraio. Fumo e procuro com paciência a asneira. O cigarro concentra e acalma. Restabelece, por assim dizer, a normalidade. E este efeito "normalizador" é com certeza uma das suas maiores virtudes.

Não comecei a fumar para ser adulto ou "viril". Comecei a fumar porque sou horrorosamente tímido e porque o cigarro é com certeza a maior defesa dos tímidos. Primeiro, porque ocupa as mãos e simula um arzinho de à-vontade. E, segundo, porque esconde e protege ou cria a ilusão de que esconde e protege. Por detrás de um cigarro, o mundo parece mais seguro. Mesmo se andam por aí a garantir que não.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Pobre Patrícia!

INSURGÊNCIAS AO INSURGENTE

«Nós progredimos um pouco desde a antiguidade. Sabemos muito mais sobre o corpo humano. Sabemos muito bem que o sistema digestivo, ingestão e excreção, não deve ser confundido com o sistema generativo».
(...)
«Ninguém ousa falar neste assunto, por ser considerado escabroso. Não se fala em excremento na sala. Mas fala-se nos ‘gays’, esquecendo que a repulsa sentida pela imensa maioria das pessoas deriva precisamente dum sentimento de nojo pela prática de sodomia, seja qual for o sexo do praticante. Para as pessoas com uma sensibilidade normal sodomia e excremento são inseparáveis.» By Pobre Patrícia

E continua...

Denuncie ilegalidades na Internet

Vanessa da Mata e Ben Harper - Boa Sorte / Good Luck

terça-feira, 26 de junho de 2007

Revolução cultural

Que se passou hoje com as pessoas da cultura? Joe Berardo pede a demissão de Mega Ferreira e este fez-lhe, por enquanto, meia vontade e abandonou a Fundação do Museu Berardo; o presidente da Fundação Serralves defendeu a extinção do Ministério da Cultura; e a directora da Orquestra Metropolitana de Lisboa demitiu-se.

On fire!


Jardim Gonçalves escolheu um sucessor, mas, na verdade, não queria ser sucedido.
Passados dois anos e poucos meses, o resultado não podia ser mais triste.
O fundador do banco não quer largar o poder e esgatanha-se para arrecadar um terço dos accionistas, o que basta para chumbar a representativa lista de apoiantes de Paulo Teixeira Pinto.
Jardim Gonçalves suporta o facto de se manter no BCP suportado apenas por uma minoria de bloqueio?! Esperava mais de quem, em 20 anos, transformou um pequeno banco no maior grupo financeiro privado português!

Sem palavras...

Uma coincidência: Os gémeos polacos decidiram reintroduzir as multas para quem for apanhado a fazer 'topless'!

E depois de Rui Costa...

"Se ele [António Mega Ferreira] não estiver contente com o lugar dele [no CCB] que arranje outro lugar", Joe Berardo.

Que medo!!!!!

"País fica mais rico"

As palavras são de Sócrates e foram ditas na inauguração do Museu Berardo. Concordo!
A atitude de Joe Berardo durante as negociações com o Governo para que a sua colecção ficasse em Portugal até poderá não ter sido exemplar, mas o que é certo é que, a partir de agora, teremos à nossa porta obras lindíssimas e um museu que nos dá a magia que até aqui só encontravamos no estrangeiro.
Já vi partes do museu e posso confirmar que o dinheiro gasto pelo Estado neste projecto, uma ínfima parte de uma Ota ou de um Alcochete, valeu a pena!

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Banco do Benfica

Berardo disse hoje na SIC Notícias que outro dos seus projectos seria a criação de um banco do Benfica, em parceria com uma instituição financeira portuguesa.
Não disse qual será o banco, mas ao Banif do seu amigo Horácio Roque, que também o apoia na OPA sobre a SAD, não lhe desagradaria, seguramente, a hipótese de aceder a uns bons milhões de adeptos do clube! O negócio não é de desprezar.
Mas não se abre um banco com a mesma ligeireza com que Berardo lança uma OPA sobre o Benfica. Os critérios prudenciais do Banco de Portugal são, e bem, apertados. Os accionistas de um banco têm que preencher uma série de requisitos, etc... Seja bem-vindo Dr. Vítor Constâncio ao maravilhoso mundo do futebol!

quinta-feira, 21 de junho de 2007

O Jumento - Porquê Sócrates processou o autor do blogue “Do Portugal Profundo”?

Objecção de Consciência

A Ordem dos Médicos defende a centralização nacional do registo dos objectores de consciência, em relação à interrupção voluntária de gravidez, para evitar situações em que um médico é objector no serviço público e não o é no privado. Medida sensata... Será que os níveis de objecção de consciência se manterão tão elevados??

terça-feira, 19 de junho de 2007

Linkin Park - What I've Done

Ouça Berardo a falar de Rui Costa

Mais facilmente se apanha um mentiroso do que um coxo!!

Verão


B-B III


Questionado pelo Correio da Manhã, Joe Berardo disse: “Não disse ‘fuck him’, que isso é um desrespeito. Mas o Rui Costa não venha agora dizer que quer ajudar o Benfica com esta idade. Não como jogador, se for para ser outra coisa, sim. Eu até gosto dele, é um rapaz muito profissional e coisas assim. Mas a questão é se queremos ganhar ou não e se queremos ganhar temos é de apostar em juventude".
Afinal, senhor comendador, também é mentiroso!?
*Imagem "roubada" ao The Hidden Persuader

Camaleão II

Em menos de 24 horas, Mário Lino muda de ideias. Sobre Portela+1, o que temos para hoje é: "Do nosso ponto de vista essa solução não é uma solução viável. Não tenho nenhum estudo, nenhum trabalho feito por pessoas com credibilidade e devidamente fundamentado que prove o contrário".


Afinal, sobre esta história da localização do novo aeroporto, até o ministro Mário Lino está baralhado. Menos mal...
*Agora, versão actual, sem barba.

B-B II

Berardo explicou ao "Record" a frase da entrevista publicada ontem no Diário Económico: "Rui Costa? 'Fuck him!'"


"O que queria dizer era que se o Rui Costa quisesse ajudar o Benfica, viesse quando tinha 25 anos. Ele pode ser útil como o Figo e o Baía. São pessoas relacionadas com o futebol e pelas quais tenho grande admiração. Não vou dizer que não joga futebol. Estou a falar se o Benfica quiser ganhar; se quiser entreter, é outro assunto”, refere

Há alguma diferença?!

'Fuck him' até pode querer dizer que se f..., mas todos sabemos que, na língua inglesa é uma espécie de vai à merda. Tanta hipocrisia!

B-B I

Uma declaração prévia de interesses: sou benfiquista.

Berardo, que lançou uma OPA sobre o Benfica, disse ontem, em entrevista ao Diário Económico, que a equipa do clube é um lar de idosos, tendo destacado o veterano Rui Costa, "Fuck him!".
Hoje, ilustres benfiquistas revoltam-se, em declarações ao "24 Horas". Não percebo porquê?!

Pode haver muitas coisas em que discordo de Joe Berardo, sobretudo, no que diz respeito à sua forma de estar na bolsa, mas não na sua avaliação sobre o plantel do Benfica.

As verdades doem!!!

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Camaleão I


Agora, Mário Lino até já admite Portela+1. Para quem se mostrava tão seguro da Ota, garantindo a pés juntos que não existia alternativa, não deixa de ser estranho tanta abertura de espírito. Primeiro, Alcochete e, agora, Portela+1. Senhor Ministro, mais uns dias e imagino que possa admitir que, afinal, a Portela expandida aguenta mais uns bons anos. Mas, cuidado! As construtoras não gostarão nada de saber que terão de continuar a viver mais uns anitos da construção para habitação e turismo residencial...
Algo se passou que não sabemos, mas podemos imaginar.
*Mário Lino, quando ainda tinha barba, mas já era acérrimo defensor da Ota

domingo, 17 de junho de 2007

Alcochete

Afinal, o independente estudo da CIP, que defende a solução Alcochete para o novo aeroporto, foi pré-combinado com o Governo, no caso com José Sócrates e Mário Lino.

Assim sim, já se percebe a súbita flexibilidade e abertura do ministro para repensar a sua Ota. Assim sim, já se conseguiu afastar do debate a alternativa Portela Mais Um. Assim sim, confirma-se a vertigem deste Governo pelo despotismo.

Acresce ainda a triste figura de Van Zeller. Tantos interesses e tão pouca independência.

AG do BCP

Diz o "Expresso", numa pequena notícia, que Paulo Teixeira Pinto irá propor que os jornalistas possam assistir às assembleias gerais do BCP.
Tal já é possível noutros países, como em Espanha, onde a comunicação social tem um espaço reservado nas reuniões de accionistas de grandes empresas cotadas. A única condição imposta é não intervir, o que faz sentido já que os jornalistas não estão lá na categoria de accionistas.

A confirmar-se esta notícia, PTP protagoniza a ruptura com o sistema vigente em Portugal, onde impera o secretismo e a ideia retrógada de que é preferível a divulgação de notícias transmitidas em segunda mão, ainda que se corra o risco de serem falsas, ou apenas meias verdades.

A PTP não custa propor esta medida. Antes, pelo contrário, ela poderá ser-lhe benéfica, pelo menos agora. Assim, evitaria perguntas incómodas e, sobretudo, respostas opacas, onde a verdade surge apenas nas entrelinhas. Com os jornalistas na sala, PTP asseguraria a melhor assistência à disputa que se avizinha com Jardim Gonçalves.

Sossega, Coração

Sossega, coração! Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.

Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperança a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solene pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.

Fernando Pessoa

Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neil

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Ana Carolina - Garganta

BCP

"Confiar em quem confia em mim."

Paulo Teixeira Pinto, presidente do BCP na entrevista ao "Diga Lá Excelência" da RTP2 (10 de Junho).

Alcochete

Porque é que o presidente da CIP se recusa a divulgar os nomes dos associados – empresas – que pagaram o estudo que defende Alcochete para a localização do novo aeroporto? A iniciativa de Van Zeller teve, sem dúvida, o mérito de travar a cegueira de Mário Lino pela Ota, mas esta atitude de falta de transparência não consegue evitar o aparecimento de dúvidas e suspeitas indesejáveis.

terça-feira, 12 de junho de 2007

NOOD


domingo, 10 de junho de 2007

Billy Idol - White Wedding

Porque sim.

Stephen Marley

MIND CONTROL

António Lobo Antunes

Dominado pela doença, o escritor tem dedicado as suas últimas crónicas à guerra contra o cancro, que, diz no último texto na Visão, está prestes a vencer.

Mas nem por isso, a sua escrita deixou de ser brilhante. Agora, em cada linha está António Lobo Antunes. O homem desconcertante e apaixonante.

Apadrinhamento

Receber!

Debate

Promete! Um debate com os 12 candidatos à Câmara Municipal de Lisboa e ainda por cima moderado por Fátima Campos Ferreira...

Instrumentalizações - Constança Cunha e Sá

Para ler. No Público de dia 7 de Junho.
http://66.102.9.104/search?q=cache:NTGfecifaUEJ:jornal.publico.clix.pt/magoo/noticias.asp%3Fa%3D2007%26m%3D06%26d%3D07%26uid%3D%26id%3D217711%26sid%3D48201+instrumentaliza%C3%A7%C3%B5es+constan%C3%A7a&hl=pt-PT&ct=clnk&cd=1&gl=pt

Paulo Teixeira Pinto

Paulo Teixeira Pinto , presidente do BCP, dá hoje a sua segunda entrevista, na RTP2, após a polémica assembleia geral de 28 de Maio. Não é de prever que o banqueiro altere o seu discurso e a sua mensagem, já veiculada na grande entrevista que deu ao Diário Económico. Cartesiano e conciliador, Teixeira Pinto tem mostrado que o que interessa defender, neste momento difícil da vida do maior banco privado português, são os interesses do BCP, dos seus accionistas e trabalhadores. Não fundou o banco, nem está agarrado ao poder. Um desapego raro nos dias que correm. Independentemente de um novo mandato à frente do banco, Paulo teixeira Pinto já deixou a sua marca. Positiva!

Lucros dos bancos again?!


A manchete de hoje do Diário de Notícias só não dá vontade de rir porque o assunto é sério, muito sério.

Calculou o DN que o conjunto dos cinco maiores bancos a operar em Portugal lucrou, no primeiro trimestre deste ano, 8,7 milhões de euros por dia. E é isto que faz capa de um jornal centenário, que se diz de referência. O DN optou pelo lucro/dia, eventualmente, porque enche mais o olho. Mas e porque não o lucro/hora ou o lucro/minuto?

É desesperante assistir ao caminho populista seguido pela nova direcção do DN. Os lucros do trimestre da banca portuguesa já não são novidade, pelo que a única justificação para esta manchete parece ser a de vender jornais. Nada de errado se o pretexto não fosse requentado e inútil. Vender, mais uma vez, à custa de um ódio de estimação público – os resultados dos bancos. Que tal, procurar eventuais práticas ilegítimas e ilegais que possam proporcionar tamanhos resultados?

Diz a mesma notícia que, no mesmo período, os lucros dos grandes bancos portugueses até cresceram menos dos que os dos 13 maiores da Europa.

Nem vale a pena perder tempo a explicar que o sector bancário português é, provavelmente, o único na economia portuguesa que não envergonha em comparações internacionais, bem como quão importante é a solidez do sistema financeiro para a saúde de uma economia. Santa paciência!

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Mulheres Que Lêem São Perigosas

Livro de Stefan Bollmann que será lançado amanhã.

sábado, 26 de maio de 2007

Hips don't lie

Para a C.

Nancy Sinatra Bang Bang

Tinha fugido!

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Encostar na tua - Ana Carolina

Juntos


Paul Simon e Art Garfunkel actuaram no Warner Theater, em Washington, numa cerimónia destinada a homenagear Paul Simon.
Foto: Jason Reed/Reuters

Jardim das Delícias


Primeiro, falou João Rendeiro, presidente do BPP, em nome de 14 accionistas oposicionistas de Jardim Gonçalves. No dia seguinte, José Miguel Júdice, em representação do BPP de João Rendeiro. Será que o fundador do BCP precisa agora de ouvir o depoimento do cão de José Miguel Júdice para entender que chegou a sua hora?

Ota


No Governo de Sócrates, a eloquência não é, está visto, um dom exclusivo de Manuel Pinho. Ontem, o colega Mário Lino não conseguiu retirar o pódio ao ministro da Economia, mas esforçou-se e esteve lá perto. Num jeito arrebatado, que já denota sérias dificuldades em defender a localização Ota para o novo aeroporto, Lino justificou porque é que uma infra-estrutura destas nunca poderia localizar-se na margem sul do Tejo. "Jamais!", enfatizou o ministro. Porque "é um deserto", onde não há hospitais, comércio, hotéis, nem pessoas.

Declarações, indiscutivelmente, infelizes e que devem fazer Sócrates e a sua máquina de assessores perder algum tempo. De nada vale, vir Almeida Santos emendar a mão e dizer que o Sul ainda tem outro problema: as duas margens do Tejo são ligadas por pontes e o terrorismo anda aí. Imaginem se dinamitassem uma ponte!

O sentido de humor é uma qualidade, desde que bem utilizado, e até pode ajudar a conseguir o apoio dos cidadãos para causas difíceis. Mas, neste caso, o mau gosto imperou. Não é assim que o Governo vai conseguir convencer os portugueses que a construção de um novo aeroporto, com a dimensão do previsto para a Ota, é uma prioridade. Falamos de centenas de milhões de euros e o Governo fala deste novo aeroporto como se governasse um país rico.

O ministro Lino diz ter um painel com todas as possibilidades e riscos identificados no passado e que não encontra melhor melhor projecto que a Ota. Oxalá o ministro tenha outro dom, para além do da eloquência, o da verdade. E que seja, por isso, que dispensa novos estudos e se mantém perseverante na defesa do projecto do seu Governo.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Professor suspenso

Eis que finalmente alguém pede esclarecimentos!

terça-feira, 22 de maio de 2007

Ladrões de Bicicletas

Belo Post, Belo Blog!
Repensemos!

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Tempo e dinheiro

Segundo um inquérito do INE, os portugueses, ao contrário dos seus pares da União Europeia, não estão dispostos a trocar horas de trabalho por mais tempo para estar com a família. Suspeito que o dinheiro pese nesta decisão, tanto mais que o frigorífico e fogão eram os únicos critérios de conforto preenchidos por 100% dos lares portugueses.

domingo, 20 de maio de 2007

Porto Bicampeão Nacional

"Não troco o triatlo por nada", Ricardo Araújo Pereira

Para o professor João César das Neves

Li na "Tabu", revista do "Sol", que, em Kumamoto, no sul do Japão, um hospital inaugurou no passado dia 10, o Berço da Cegonha. Uma pequena caixa onde se depositam, é o termo, de forma anónima, as crianças indesejadas. Funciona 24 horas por dia e soa um alarme cada vez que é utilizada. Diz o Hospital que o objectivo é desencorajar o aborto e o abandono de crianças em sítios impróprios. Em 2005, registaram-se cerca de 250 mil abortos ilegais no Japão e o abandono frequente de crianças tem chocado a população.
Fiquei também a saber que esta medida não é inédita. No século XII, a Igreja Católica criou um sistema anónimo de recolha de crianças, que ficou conhecido como a "Roda dos Enjeitados", e que até existem, actualmente, versões modernas deste esquema noutros países, que o encaram como um mal necessário. Será que o professor João César das Neves já pensou nisto?

sábado, 19 de maio de 2007

Desaparecidos

O desaparecimento de Madeleine McCann conseguiu mobilizar apoios nunca antes vistos. Grandes multinacionais, como a BP, a McDonald's e a British Airways fixaram cartazes com a cara da menina inglesa desaparecida na Praia da Luz no Algarve. Hoje, no jogo Chelsea-Manchester passou um vídeo com imagens de Madeleine. Gestos que não custam e que podem ajudar a encontrar a menina. Gestos que todos os meninos desaparecidos merecem.

http://www.policiajudiciaria.pt/htm/pessoas.htm

quinta-feira, 17 de maio de 2007

A cientista e o repórter fotográfico

O Daniel fotografou a Mónica.


A cientista portuguesa Mónica Bettencourt Dias coordena a equipa que publica, na revista "Science", um artigo com resultados importantes na área da biologia celular.
Foto: Daniel Rocha/PÚBLICO

Entrevista com Extremo Centro

'I smoke for my mental health'

'I smoke for my mental health'

Following our G2 special on the smoking ban, artist David Hockney offers a personal view on why he will always be devoted to cigarettes

Tuesday May 15, 2007
The Guardian

On July 1 2007, the most grotesque piece of social engineering will begin in England: the ban on smoking in enclosed public spaces, imposed easily by a political and media elite. They think it will lead to healthier people and a cleaner atmosphere. They believe they can change people easily. The science of marketing has been absorbed by them and they think they can control everybody. I don't think they can. People will stay at home and do drugs instead - legal and illegal.

I have lived in California for a number of years. They started smoking bans, but they didn't affect smokers that much. In California you move around in your own private space. If one goes to a public space, say the opera or Disney Hall, then because the climate is ideal the smoker can just step outside, at all times of the year. Many restaurants have gardens and the bans have never really bothered me. But something else has happened in California since the bans came in, unreported by the media, and it took me a while to notice because I have spent the past seven years working in England.

The amount of drugs advertised on television tells me what has replaced tobacco (although 20% still smoke): painkillers, Prozac and antidepressants, mostly prescription drugs - you just tell the doctor what you need. When prescription drugs are advertised in the press there is always a lot of small print listing side effects, and on television you get a speedy talking voice listing the side effects. You perhaps hear one word in four - paralysis, diarrhoea, death, headaches. I expect it all to come here. Drugs (legal and illegal) are the world's largest business, and one can understand why, since they make us feel better.

I know about fanatical anti-smokers - my father was one of the first (although his eldest son has outlived him and smoked until he was 70, and I'm still smoking at almost 70 - indeed, my birthday is nine days after the ban). I smoke for my mental health. I think it's good for it, and I certainly prefer its calming effects to the pharmaceutical ones (side effects unknown).
Well, you say, smoking has dreadful side effects. Certainly on some people, but not on all. So we should ask the British Medical Association to explain Denis Thatcher smoking Senior Service (unfiltered) and dying at 88, or Kurt Vonnegut living till 84 after smoking Pall Mall cigarettes for 70 years. What is the explanation? Nobody seems to ask and no one gives any explanation.
In the late 90s the ex-mighty New York Times was very anti-tobacco. I kept writing letters to them. None was published. When Deng Xiaoping, the Chinese leader, died at the age of 92, there was an obituary in the New York Times. Three days later there was the most foolish letter which said that Mr Deng was a very bad example to the young because he always had a Panda cigarette in his hand or mouth.

I was appalled that they had printed this, and wrote to them suggesting Mr Deng had lived a very long life - how long do you expect people to live? - and the logic of his argument would be that Adolf Hitler was a very good example for the young as he didn't smoke. It wasn't published, and I began to realise the New York Times was no longer a serious newspaper. After that I was sceptical about everything I read in newspapers.

Meanwhile in England, the press, without tobacco advertising, sided with the anti-smokers. The BBC made itself "smoke-free" and I realised how sinister this was. The BBC's problem, which won't go away, is that there is no neutral viewpoint. Heisenberg's uncertainty principle is part of the basis of the mathematics that led to the computer, but it also stated that the observer affects the observed - no one is neutral. The BBC used to claim that it was neutral, but now it is part of a massive social engineering project paid for by its listeners and viewers. It is against a group of 12 million people who choose to smoke - not very fair.

The British press might be quite lively, but it is also pathetically childish. I take little in it seriously, and when I am in Bridlington I only glance at newspapers. They are not sceptical enough, which is why I see them now as part of the social engineering. No one asks what the consequences will be - all will be good, they childishly think.

The Guardian says that the ban has been a "success" in Scotland. What do they mean by "success"? Pub takings have gone down, some pubs have closed. But surely the ban would only have been a "success" if the non-smokers had been flocking to the pubs. They have not.
What do I think? You're living in a madhouse, David ... Actually, I've always thought that, but I have a love for the surface of the Earth that is an escape from the mean-spirited and dreary people who seem to have taken over England.

The ban won't affect me much. I live very privately. I'm not very social - I'm too deaf, and in the world I have created I will smoke. I've no wish to meet politicians - most of them have the most odious ideas about people. England is full of big pushers of the coming pill society, and we've lost a sense of messiness - no longer any Delight in Disorder here (a careless shoestring in whose tie/ I see a wild civility/Do more bewitch me than when art/is too precise in every part, Robert Herrick).

Two months ago I started the largest painting I've ever done: 15ft x 40ft. The moment I began I found myself running up the stairs (with a fag) and realised some people are more in tune with a life force than others.

I can't be the only voice like this. In England people should speak up more, defend themselves, but it's hard against all the forces at work. Two million anti-smoking signs are going up on July 1, including inside Westminster Abbey. The uglification of England is under way by people with no vision. I detest it.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Bipolaridade

A AIP divulgou hoje um estudo onde se conclui que hoje é o primeiro dia do ano livre de impostos. Ou seja, até agora, todo o dinheiro que os portugueses ganharam serviu para pagar os seus impostos, para sustentar o Estado.

Este ano, o dia da libertação de impostos foi mais tarde que no ano anterior. Os portugueses pagam hoje mais impostos para terem o Estado que sabemos. Um facto que impõe, por si só, moderação na análise entusiasmada que o Governo faz da sua 'performance' política.

É verdade que o Estado somos todos nós, mas só a partir de 16 de Maio é que os portugueses começaram a ganhar para si. Foram 136 dias a pagar impostos para sustentar um Estado pouco generoso.

Na Suécia, por exemplo, foram mais de 136 dias de prisão aos impostos, mas o Estado sueco não se compara ao português.

Na parte que me toca, hoje sinto-me bipolar. Deprimida porque não sou sueca e eufórica porque, a partir de hoje, vou ganhar só para mim.

Afinal, não sou mais do que um mero típico espécime da raça portuguesa, identificado e catalogado por tantos especialistas reputados, que se entretém a passar o tempo entre a a depressão e a euforia.

Arguidos e arguidos

Fernando Negrão é a escolha de Marques Mendes para disputar as eleições na Câmara Municipal de Lisboa. E, para que não restem dúvidas, passado menos de 24 horas, o candidato já explicou que, afinal, também é arguido num processo criminal que tem seis anos e que remonta ao tempo em que liderava a Polícia Judiciária.
Mas, respondeu à jornalista da SIC Notícias, a sua situação é completamente distinta da de Carmona Rodrigues, Fontão de Carvalho, ou Gabriela Seara, que deixaram Lisboa por terem sido constituídos arguidos no âmbito das investigações ao chamado caso Bragaparques. E porquê? Trata-se, disse, de um caso que nada tem a ver com as funções que se propõe assumir e que, para mais, já tem seis anos.
Ou seja, o que o distingue dos outros arguidos, diz Negrão, é o tempo e a matéria. Belos argumentos. Afinal, para Fernando Negrão o que importa não é o facto de um arguido não ser necessariamente culpado, mas outros critérios. Na sua opinião, está claro, existem arguidos e arguidos.

sábado, 12 de maio de 2007

Turista na Daslu




Lucia Piva de Albuquerque deu início ao que seria a Daslu em 1958. Com sua sócia Lourdes Aranha, ela recebia as amigas em casa para um bom papo, cafezinho e compras, claro. O negócio prosperou e logo havia uma fiel clientela para a exclusiva boutique "das-lu". (Site oficial Daslu)



Uma vez mais em São Paulo, para trabalhar, exausta e quase de partida, restavam os finais de dia para encontrar num shopping qualquer umas Melissas ou umas Havaianas.



O motorista Jorge falou de uma loja, a Daslu, que tinha tido problemas com a justiça – "sonegação fiscal", disse – e que o dono tinha estado preso e tudo. Na mais absoluta ignorância, lá fui conduzida sem grande motivação. Talvez vendessem Melissas...



Voltas e mais voltas, coisa normal na cidade, chegámos. Um palácio enorme à minha frente. Parecia tudo menos uma loja. Seguranças e mais seguranças, arrumadores de carros em barda e uma agitação enorme. A curiosidade já era grande.



Valeria a pena ver, mesmo que a probabilidade de encontrar as Melissas fosse ínfima. Quando entrei, nem queria acreditar. Um luxo nunca antes visto, logo ali em São Paulo, no Brasil. Salas e mais salas espalhadas por vários pisos. Labirintico. E muitas mulheres concentradas em gastar dinheiro, empurravam uma espécie de carrinhos de supermercado, mas de verga, com divisões para encher de forma organizada. E alguns turistas da Daslu, eu incluída.



Nem queria acreditar no que via. Será possível que num país como o Brasil, ainda que em São Paulo, isto possa existir. Num quarto dedicado à Hello Kitty, uma mãe mostrava à sua filha de colo: "Vê amô, que coisas mais lindas tem essa loja!". E eu falava para dentro: "Isto não me está a acontecer!", olhava para as etiquetas, via os preços, convertia mentalmente os reais para euros e voltava a falar para dentro: "Isto não me está a acontecer!".



Perdida, sem rumo e sem dinheiro para encher o carrinho, observava a vida na Daslu e sentia o cheiro forte a dinheiro. Grupos de mulheres esvaziavam cabides e grupos de empregadas empenhavam-se em satisfazer, tão rápido quanto possível, os inúmeros pedidos dos clientes.



Só um pormenor. No piso reservado à moda feminina, homem não entra. Como no Clube da Mônica! "Não há vestiários.", explicou uma das milhentas brasileiras sorridentes e solícitas que trabalhavam na Daslu.



Entre um chá e um bate-papo, as mulheres passavam o dia, o dia inteiro, no luxuoso império Daslu. Ah, é verdade, o dono tinha sido preso... Melissas, nem pensar, claro está. Havaianas muito menos. Perguntei e o sorriso da empregada não podia ter sido mais esclarecedor.



Decidi sair, o 'tour' tinha valido a pena. Turista na Rocinha, turista na Daslu. À porta, os carros topo de gama não paravam de chegar, mulheres perfeitas, bem vestidas entregavam as chaves aos arrumadores. O movimento não parava e a bicha fazia antever uns bons 15 minutos de espera pelo Jorge.



Sentada – na Daslu, também os sofás, cadeiras e 'chaise longue' abundam – esperei e vi o que nunca tinha visto em nenhuma outra cidade do Mundo e já estive em algumas. Tamanha sofreguidão, extravagância e ostentação.



O Jorge lá conseguiu chegar e comentei: "Na Daslu, senti-me miserável". O Jorge riu. E puxei: "Há assim tanta gente com tanto dinheiro?". Sabia que no Brasil, o fosso entre ricos e pobres é enorme e que existem muitos ricos, mas, admito, nunca tinha visto tantos de uma só vez e a consumir. O Jorge disse: "São sempre os mesmos. Amanhã, se a senhora vier, são os mesmos". Sosseguei, melhor assim, podia ser pior. Mais à frente, insisti: "E o que fazem sempre os mesmos todos os dias na Daslu?". Resposta: "A senhora não leve a mal. Aqui em São Paulo, os ricos fazem assim – as mulheres vão à Daslu, os homens à Daspu".



quinta-feira, 3 de maio de 2007

Regabofe em Lisboa


As últimas 24 horas do intrincado caso da CML revelam dois factos inegáveis: o autismo e inconsciência de Carmona Rodrigues e a falta de autoridade política de Marques Mendes.

Quanto ao primeiro, a sua teimosia em manter-se no posto, em não abandonar o "navio", como o próprio chamou à Câmara, só mostra o que já se temia. Ao contrário do que garante, Carmona Rodrigues está agarrado, amarrado, pior, obstinado com o poder. Se não é o poder que o move, pode ser o desassossego. Ui!

Não passaria pela cabeça de ninguém insistir em manter-se na presidência da CML quando o partido que o apoiou já não o quer, quando todos os seus mais firmes apoiantes já o abandonaram e, mais ainda, quando a Câmara atingiu uma situação de absoluta ingovernabilidade. Como se não bastasse tudo isto, há um risco considerável da maioria dos eleitores que o levaram à vitória já desejarem, neste momento, a sua saída.

Que tipo de autoridade e de legitimidade encontra Carmona Rodrigues para comandar os destinos da maior cidade do país? Pensará Carmona que esta situação é sustentável até às próximas eleições autárquicas? Se sim, é grave. Carmona Rodrigue está a leste da realidade.
Se não, pior. Não se consegue encontrar nenhuma vantagem pessoal em esperar pela demissão da maioria dos vereadores do PSD. Para quê? É verdade que o comandante é o último a abandonar o navio, mas, neste caso, o navio já afundou há muito tempo com comandante e tudo e Carmona Rodrigues não se deu conta.

Acresce que todo o seu argumentário de defesa é frágil. Sendo verdade que um arguido não é, necessariamente, culpado, não é menos verdade que Gabriela Seara e Fontão de Carvalho suspenderam mandatos por isso mesmo. Perante isto, já para não falar da polémica saída de Maria José Nogueira Pinto, e perante o virar de costas do PSD e as pressões da oposição, considerará Carmona que ainda existe outra saída, senão a da porta da rua?!

Rumores, meros rumores, sugerem que Carmona Rodrigues, sucessor de Santana Lopes, preocupa-se, neste momento, em tentar evitar que novos dados, mais escaldantes, saltem para cima da mesa. Será? A dúvida está instalada.

Depois, para quê justificar a vontade de ficar com o seu historial do trabalho feito? Não é isso que está em causa.

E como já vem sendo habitual, a inevitável tese da cabala. Diz Carmona Rodrigues que um dos seus principais erros foi ter comunicado mal, foi ter desprezado temas menores que a comunicação social adora. Arriscar-me-ia a dizer que foi mesmo o seu único erro.... Enfim, palavras para quê?!

Se existisse, a sua carreira política acabou e o melhor era sair com alguma dignidade e, se assim quisesse, regressar depois de terminada a investigação ao "Caso Bragaparques".

Quanto a Marques Mendes, a conclusão mais imediata que se retira é que, apesar de Universidades Independentes e outras que tais, José Sócrates continuará a ser primeiro-ministro de Portugal por muitos e bons anos. Goste-se ou não, a verdade é que, enquanto Marques Mendes for o candidato do PSD, não existe alternativa ao PS.

O líder social democrata disse ontem que, por vontade do seu partido, os cidadãos lisboetas seriam chamados a votar e, eis senão quando, poucas horas depois, Carmona Rodrigues ignora completamente esta sua decisão. Se é este o respeito que consegue de um seu quase co-religionário, Marques Mendes bem pode repensar a sua vidinha como líder partidário.
Mais. A entrevista que deu a Judite de Sousa confirmou as suas fragilidades e indecisões, a falta de alternativas sustentáveis.

Olha que dois!

quarta-feira, 2 de maio de 2007

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Eduardo Sá


Por coincidência, hoje vi, pela primeira vez, a rubrica "Livro de Reclamações" no Jornal da SIC com Eduardo Sá. O tema era o enamoramento na infância. Como mãe, fiquei curiosa e deixei-me ficar.

Em geral, tenho reservas em relação aos psicólogos mediáticos e Eduardo Sá, hoje, conseguiu agudizar ainda mais esta minha teimosia. Num tom de voz enfadonho, invariável e excessivamente doce e com dificuldades em expressar-se – a jornalista Raquel Marinho completava-lhe os raciocínios – o psicólogo lá tentou convencer os pais que é muito importante para o futuro dos seus filhos compreenderem a importância dos seus primeiros beijos e dos seus primeiros amores.

Para enfatizar esta sua doutrina, Eduardo Sá esgrimiu uma série de conselhos e de lugares comuns. Às tantas, brincou, acho, e disse que deveriam ser impedidos de entrar na Universidade os que nunca tivessem escrito uma carta de amor

Santa paciência. Será que é com paternalismo bacoco que Eduardo Sá pretende ensinar os pais a entenderem os filhos? Dispenso.

Valeram os miúdos, que, corajosamente, explicaram-me em frente às câmeras, de forma ternurenta, como se sente hoje o amor na infância. Há 30 anos, não era muito diferente, mas é sempre bom recordar.

domingo, 29 de abril de 2007

O rosto da derrota


A ausência de emoção num rosto assusta-me. E, admito, foi isso o que mais me impressionou quando vi Paulo Teixeira Pinto. Na primeira vez, pensei que era fruto das circunstâncias. Afinal, tinha acabado de assumir a liderança do maior banco privado português. O fardo de suceder a Jardim Gonçalves era pesado para qualquer um.

Passaram-se muitos meses sem que nada mudasse. Mas hoje, mais de um ano de OPA depois, o seu olhar parado já me inspira confiança. A verticalidade com que sempre deu a cara por uma derrota anunciada, que está longe de ser apenas sua, é merecedora de respeito.

O que escrevo não é fruto da piedade que os derrotados frequentemente inspiram. Jardim Gonçalves entregou a Paulo Teixeira Pinto uma missão impossível e sabia disso. Ficar-lhe-ia bem, senhor engenheiro, voltar a aparecer em público para assumir a sua derrota. É o seu o principal rosto deste fracasso.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

O cancro

Sobre o cancro não é preciso dizer grande coisa porque, infelizmente, muita gente já viveu a doença, pessoalmente ou através de familiares e amigos. Falta a vacina, a cura.

Não quer isto dizer que se deva ignorar o assunto, mas também já me parece excessivo o espaço que lhe tem sido dedicado, recentemente, por alguma imprensa.

O novo 'DN' parece ter criado uma nova secção. Agora, para além da Política, Economia ou Desporto, existe a do Cancro.

E, duas semanas depois de António Lobo Antunes ter assumido a doença na sua habitual crónica na 'Visão', eis que a revista faz capa com os testemunhos dos que sobreviveram à doença.

Correndo o risco de estar a ser injusta, não consigo evitar suspeitar destes critérios editoriais.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Os jovens e o 25 de Abril

Os jovens que nasceram depois do 25 de Abril de 1974 não têm, como é óbvio, qualquer espécie de memória do Dia da Liberdade. A experiência de vida confere sempre mais valor a um acontecimento e quem já sentiu a falta de algo mais facilmente lhe dá importância. Trivialidades que só servem para entender que quem viveu o 25 de Abril sente de forma diferente, mais intensa, tudo o que passou, do que quem ainda nem sequer tinha nascido.

Mas estas banalidades são incapazes de justificar o afastamento, a displicência e muitas vezes a ignorância com que alguns jovens, dizem que a maioria, lidam com o 25 de Abril.

Não é preciso ter nascido antes de 1974 para saber como era, para imaginar o que sentiam os pais cujos filhos eram enviados para a guerra, o que podia acontecer a quem manifestasse uma opinião discordante, enfim, o que era viver em ditadura.

A história não é só passado, não é apenas uma disciplina à qual é preciso ter positiva. A leitura da história de um país, do que fomos, faz parte do nosso presente e ditará o nosso futuro. Como na nossa vida, é pelo que já vivemos que decidimos o que vamos fazer.

Se aos jovens, o 25 de Abril não diz nada, algo de muito estranho se passa. Grande parte da responsabilidade será, seguramente, dos seus pais e avós, que não souberam transmitir a mensagem. Verdade seja dita que, ainda hoje, se sentiu o cheiro a mofo no Largo do Carmo.

Os ricos não precisam nem querem explicar o que foi, os remediados vivem o dia-a-dia a pensar na subida dos juros, ou na melhor forma de conseguir comprar o último modelo de telemóvel (o plasma, então, seria o cúmulo) e os pobres o que querem é que o dinheiro chegue até ao fim do mês. Os miseráveis, esses, nem sequer têm 25 de Abril.

É esta geração de futebol e telenovelas, que só se lembra de 1974 uma vez por ano, que é responsável por explicar aos jovens o que se conquistou há 33 anos. Se não foram capazes, depois não se queixem.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

domingo, 22 de abril de 2007

Votar

O nível de participação dos franceses, nesta primeira volta das eleições presidenciais em França – cerca de 85% –, não se verifica, em Portugal, desde as eleições legislativas de 1980. Desde esse ano, a abstenção no nosso país tem vindo a aumentar, mostrando um claro afastamento dos portugueses em relação à política. A desilusão, a descrença nos partidos políticos, o facto de PS e PSD se parecerem cada vez mais até pode justificar este comportamento dos eleitores, mas não deveria ser tudo isto a motivar uma maior participação dos portugueses?

Eeleições em França




Da primeira volta das eleições presidenciais em França, existem, para já, dois factos positivos a destacar: a participação massiva do eleitorado – mais de 85% dos eleitores votaram – e a derrota da extrema direita de Le Pen.

Muitos defeitos são apontados aos franceses, mas uma coisa é certa: são e muito provavelmente continuarão a ser por muitos e bons anos um exemplo de cidadania para a Europa. Também é por isto que se diferenciam os países.

A vitória de Nicolas Sarkozy, nesta primeira volta, já se previa, mas os cinco pontos de diferença face a Ségolène Royal deixam tudo em aberto para 6 de Maio. Mas o povo francês já mostrou que quer escolher. Ai Portugal, Portugal...

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Obra do Acaso

Após o escândalo do Central – Banco de Investimento, o socialista José Lemos consegue, finalmente, ressurgir das trevas. E pelas mãos dos espanhóis da Prisa, que controlam a Media Capital, a dona da TVI e do Rádio Clube Português. Quem espera sempre alcança. Lemos levou com a mão pesada do Banco de Portugal, que detectou uma série de irregularidades naquela instituição do grupo Crédito Agrícola, entretanto extinta, e foi alvo de um processo de contra-ordenação, tendo-lhe sido aplicada uma coima e a imposta a inibição do exercício de actividade em instituições financeiras. Depois de ter recorrido desta decisão, já lá vão mais de seis anos, ainda se aguarda por uma decisão dos tribunais (o costume), mas o regresso à vida empresarial já está garantido. Juntamente com Pina Moura, outro socialista, Lemos integrará a administração de uma empresa cotada na bolsa de Lisboa. Nada mau. Os espanhóis da Prisa demoraram, mas conseguiram encontrar em Pina Moura e José Lemos a excelência da gestão. A partir de agora, poderão dormir descansados. A Media Capital está em boas mãos. Obra do acaso.
O social-democrata Tavares Moreira, antigo companheiro de José Lemos no Central – Banco de Investimento, igualmente castigado pelo Banco de Portugal, é que não teve tanta sorte. Porque será?

quarta-feira, 18 de abril de 2007

António Lobo Antunes

Amanhã sai a Visão e aposto que António Lobo Antunes lá estará com a sua crónica, a sua "piscina para crianças, onde a água não chega à cintura", aqueles textos que, acredita o escritor, não afogam. É nestes textos, nos seus livros que respiro.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Não há desculpas

É verdade que ao lado dos problemas do país e da necessidade urgente de os resolver, a polémica do canudo de Sócrates parece uma coisa menor. Mas daí a enterrar este imbróglio por causa da presidência portuguesa da União Europeia, do défice, da reforma da Administração Pública, ou do desemprego, etc., é demais. Mesmo sendo indiscutível o desastre que seria uma nova crise na governação do país. É sobre o carácter do primeiro-ministro que existem dúvidas. E ainda que, até prova em contrário, Sócrates seja tão honesto como antes de estalar o caso da Universidade Independente, seria um absurdo deixar o assunto morrer e pedir aos jornalistas que, em prol da estabilidade política e económica, fechassem os olhos e tapassem os ouvidos. De consciência tranquila, Sócrates agradecerá uma investigação aprofundada e independente.

Virginia Tech


"Na manhã de ontem Cho Seung-Hui, 23 anos, entrou na Universidade de Virginia Tech, onde estava a terminar uma licenciatura em Inglês, vestido com um casaco de couro preto, um boné na cabeça e fortemente armado. Poucas horas depois, a polícia encontrou o seu corpo entre os de outras 32 pessoas. Matou-as a tiro, antes de se suicidar, sem que se conheça ainda o que o motivou". Público.pt, 17 de Abril de 2007.

Primeiro, o horror. Logo a seguir, a dúvida: porquê outra vez nos Estados Unidos? E depois o medo, qualquer dia poderá acontecer aqui mesmo ao lado. É também por isso que este crime não nos pode deixar indiferentes. É urgente perceber as razões destes jovens que matam em série, que disparam de forma cega, que parecem encontrar neste crime hediondo a única forma de tentar resolver os seus problemas e angústias. Jovens estudantes que pegam numa arma para matar não importa quem, apenas quantos. Quantos mais, melhor. Não será a maldade pura a motivar a maior parte dos que desatam a disparar como se não houvesse amanhã (Ou será?). São doentes? Mas doentes do quê? Doentes porquê? Alguém me responde, por favor!

PS. E estes criminosos devem ser mostrados ao Mundo, com direito a nome, fotografia e perfil. Escondê-los, negar-lhes tempo de antena conseguirá evitar que outros façam o mesmo? É necessário ver para tentar entender. Parece prosperar, nos últimos tempos, entre alguns jornalistas, uma espécie de auto-censura moralista que irrita.

domingo, 15 de abril de 2007

António Lobo Antunes

"Por vezes penso que os escritores são como as piscinas. Há piscinas para crianças, onde a água não chega à cintura, e depois estão as outras , e nesses textos [Crónicas] a água não afoga. São coisinhas para me divertir".

António Lobo Antunes, 'Conversas com António Lobo Antunes', María Luisa Blanco

O novo Diário de Notícias

Leitora assídua do Diário de Notícias, foi com curiosidade que folheei o novo jornal na sexta-feira, dia 13. Depois de uma primeira olhadela, encolhi os ombros. OK, está mais arejado, com grandes fotografias, textos mais pequenos, muita cor, detalhes engraçados, enfim, adaptou-se ao que os leitores querem e em linha com o que o seu concorrente mais directo, o Público, já tinha feito.
Logo a seguir, mais focada e através de uma visita guiada, apercebi-me daquilo que quem não faz jornais quase nunca se apercebe. Na primeira página, Sócrates e Cavaco juntos – o DN fala do 'poder' e com o 'poder'. A grande foto da desilusão benfiquista após o afastamento da Taça UEFA. O detalhe do crocodilo que ataca – a mão de um homem dentro da sua bocarra –: "Veja o que aconteceu ao dono desde braço". A primeira dupla de páginas repleta de rostos e citações. Na página 7, a opinião da suposta mulher de Sócrates, a jornalista Fernanda Câncio. Na 9, a realidade, o dia-a-dia espelhado num violento acidente automóvel. E, nas páginas seguintes, uma enxurrada de notícias de crimes e tragédias. Muitas, demasiadas. E, não esquecer, um suplemento dedicado ao desporto, onde o futebol, desporto-rei, tem um lugar de destaque. Não encontrei, com excepção de António Vitorino, ninguém cuja opinião me tivesse suscitado interesse.
Correndo o risco de ser injusta, admito que guardei o jornal para ler a entrevista com Pérez-Reverte. Os bons jornalistas que o DN tem continuarão seguramente a fazer bons trabalhos. O que me assustou, facto que confirmei com uma cuidada leitura da edição de sábado, foi a linha editorial do jornal e que, presumo, resuma já o estilo do seu novo director. João Marcelino, que já vi ser chamado de Mourinho dos jornais, tem uma passado de sucesso na imprensa. O sucesso, sublinhe-se, visto do ponto de vista comercial, das vendas. O Correio da Manhã e a Sábado são, disso, dois bons exemplos. Com este DN, João Marcelino não terá, com elevada probabilidade, dificuldades em repetir a façanha. Os objectivos das vendas serão, provavelmente, atingidos. Sendo os jornais detidos por empresas, devem aqueles preocuparem-se em ser rentáveis, em serem, eles próprios, verdadeiros projectos empresariais. Acumular prejuízos poderá resultar, mais dia menos dia, no seu desaparecimento. É o mercado. Os jornais fazem, afinal, aquilo que os leitores pedem. Só assim terão sucesso comercial. Que pena! Não é este DN que me interessa! A culpa, se existe, desta minha desilusão não será, porventura, de João Marcelino, mas antes dos poucos leitores de jornais, pouco exigentes. É o que temos!

sábado, 14 de abril de 2007

Bang Bang

Nancy Sinatra

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Intrigante

Paulo Teixeira Pinto completou a primeira semana da OPA e não mexeu uma palha. A oferta sobre o BPI aparenta estar tão ou mais moribunda do que quando foi registada pela CMVM. Dia que, curiosamente, o presidente do BCP assinalou como o do verdadeiro início da batalha. E, apesar do estado agonizante da OPA, Paulo Teixeira Pinto revela, em público, uma aparente despreocupação sobre o assunto. Os jornalistas têm sido chamados para conferências de imprensa, mas o tema OPA é tabu. O que pretenderá o banqueiro com este silêncio? Proteger-se da derrota que já teme? Ou criar uma aura de mistério que permita manter a chama acesa até ao último minuto? Intrigante, mas pouco convincente.

Os livros que eu preciso

"Quando isto sucedeu lutava com um, tinha outro pronto, já antigo, pronto há um ano e tal, para Outubro. Para dar tempo aos tradutores de o traduzirem e saírem mais ou menos na mesma altura que em Portugal. Esse livro tem a melhor prosa que fiz até hoje, parece recitado por um anjo. Aquele em que trabalhava é apenas um embrião, cerca de metade do primeiro esboço, falta-lhe quase tudo." 'António Lobo Antunes, in Visão 12 de Abril de 2007'

http://www.publico.clix.pt/docs/imagens/loboantunes/index.html

quinta-feira, 12 de abril de 2007

António Lobo Antunes


Estranhei a sua ausência, a falta da sua Crónica na "Visão", mas, sinceramente, pensei que lhe tinha faltado a vontade. Fiquei desapontada porque é a primeira coisa que leio na revista, mas não me inquietei. Na próxima semana já volta e, entretanto, continuo com o "Ontem Não Te Vi Em Babilónia". Sempre à noite, antes de dormir, com a casa já sossegada.
Hoje, deram-me a "Visão" para as mãos para que lesse a crónica de António Lobo Antunes. Disse que leria mais tarde, porque gosto de o fazer com calma, descansada. "Lê!", voltaram-me a dizer. E li, um pouco a contragosto. Não era o meu momento. E fiquei com medo. E fiquei emocionada. E vou voltar a ler. E fiquei inquieta. E fiquei esperançada. Sei que António Lobo Antunes, o meu escritor, ainda vai terminar todos os livros que tem na cabeça e outros mais que se seguirão. O Henrique vai tratar o cancro. António Lobo Antunes já está em casa. Vai tudo passar. Logo à noite, voltamos a encontrar-nos.

Parecer e ser




José Sócrates não surpreendeu e na entrevista à RTP refutou todas as acusações, surgiu tranquilo, confiante e garantiu que não teve nenhum privilégio pelo cargo que ocupava na altura em que ingressou na Universidade Independente. Não era de esperar outra coisa. E convenceu? Estaria a mentir se dissesse que deixei de ter suspeitas, que deixei de ter dúvidas. Ainda que não exista nenhuma prova contundente e que, por isso, Sócrates mantenha nota positiva no teste ao seu carácter, no que a este aspecto diz respeito, persistem alguns aspectos confusos, algumas incongruências e coisas mal explicadas. Mas uma vez, sublinho, o que está em causa não é se o primeiro-ministro é engenheiro ou veterinário. O que importa é afastar qualquer possibilidade de Sócrates ter sido beneficiado na obtenção da sua licenciatura. Aos jornalistas, competirá prosseguir o trabalho de investigação. Nem que seja para chegar à conclusão de que, afinal, nada de tortuoso ocorreu e que Sócrates sempre foi um estudante honrado.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

O silêncio de Sócrates

Decorreu mais um debate, na SIC Notícias, sobre o silêncio de Sócrates a propósito do intrincado e obscuro caso do seu grau académico. Ricardo Costa, ágil e inteligente, conduziu a discussão entre José Manuel Fernandes, director do Público, Francisco Sarsfield Cabral, director da Rádio Renascença, João Garcia, subdirector do Expresso, e João Marcelino, que, recentemente, assumiu a direcção do Diário de Notícias. Mais uma vez ficou vincada a sobranceria deste Governo e, em particular, do primeiro-ministro, em relação aos temas que não fazem parte da sua desejada agenda, as lamentáveis tentativas de manipulação da comunicação social, o nervosismo e o ziguezaguiar do Governo neste 'dossier', bem como o inexplicável e contraproducente silêncio de Sócrates. As dúvidas e as suspeitas, essas não desapareceram, antes pelo contrário, avolumaram-se.

Estranho foi, sem dúvida, a tese de João Marcelino. O ex-director do Correio da Manhã, que se autonomeou de contraponto no debate, desvalorizou, através de uma atitude frequentemente agressiva, as notícias e os detalhes que se foram sabendo, através das importantes investigações jornalísticas conduzidas pelo Público e pelo Expresso, sobre a forma como José Sócrates completou a sua licenciatura na Universidade Independente. Incompreensível. As dúvidas que existem, neste momento, sobre o diploma do primeiro-ministro são do interesse público. Não é uma questão da vida pessoal de um qualquer cidadão. Não é indiferente saber se José Sócrates mentiu e muito menos se, por ser membro do Governo, foi privilegiado na conclusão da sua licenciatura. A ser verdade, tal seria de uma gravidade que comprometeria a honestidade e a dignidade de José Sócrates, que, por um mero acaso, até é o primeiro-ministro de Portugal.
É que, como não existem almoços grátis, se Sócrates tiver sido favorecido, a Independente também poderá ter ganho alguma coisa.

Dúvidas e mais dúvidas, muitas suspeitas, que temo não consigam ser eliminadas na entrevista do primeiro-ministro à RTP. Conseguirão José Alberto Carvalho e Maria Flor Pedroso, excelentes jornalistas, perante as vicissitudes e pressões do directo em televisão, combater a oratória de Sócrates? O primeiro-ministro chegará com as perguntas e com as respostas perfeitamente alinhadas e é conhecida a sua habilidade para conduzir e liderar, a seu favor, uma discussão. Não terá sido por acaso que esta foi a forma escolhida para o chefe do Governo quebrar o seu tabu. Em conferência de imprensa, seria bem mais difícil controlar as perguntas e mais fácil revelar a sua irascibilidade.

60 minutos de tempo de antena. Mais importante do que saber se Sócrates é um engenheiro completo, irrelevante para exercer as funções de primeiro-ministro – até podia ser veterinário –, será esclarecer comportamentos, procedimentos e testar a seriedade e carácter de quem governa o país.

Outro tanto é a forma como é regulado o ensino em Portugal e, em particular, algumas universidades privadas. Nada como um choque para nos fazer despertar para a miséria.

A tortuosidade de Cavaco

Cavaco Silva promulgou a lei do aborto mas deixou as suas preocupações e sugestões, as suas ideias para melhorar a versão final do diploma. Uma delas consiste em informar, na consulta médica, a mulher "sobre o nível de desenvolvimento do embrião, mostrando-se-lhe a respectiva ecografia, sobre os métodos utilizados para a interrupção da gravidez e sobre as possíveis consequências desta para a sua saúde física e psíquica".
É absolutamente insultuosa a sugestão da imagem, a confrontação da mulher com retratos de uma ecografia. Uma medida gratuita, chocante e absolutamente humilhante e, ainda por cima, inútil, que sugere um acto de pura chantagem emocional. Já agora, pretenderá Cavaco Silva que a imagem seja ampliada e até emoldurada, dependendo a cor da moldura do sexo do feto? E já agora porque não juntar som? Não será, senhor Presidente da República mais sugestivo e, do seu ponto de vista, mais eficaz juntar à imagem o som? A batida do coração é, garanto-lhe, mais forte, do ponto de vista emocional, para uma mãe. Terá, o senhor Cavaco Silva uma ideia dos efeitos sobre a saúde física e psíquica de uma mulher de uma situação destas? Acredito que não. Gostaria de saber onde se terá inspirado para defender tal medida de tortura com tamanho requinte de malvadez.

Outra preocupação manifestada pelo Presidente Cavaco Silva é a de que os médico objectores de consciência não sejam excluídos de dar as consultas prévias à interrupção da gravidez.
Saberá o senhor Presidente da República o que é a objecção de consciência? Saberá que é um direito reconhecido aos cidadãos que, por razões de ordem religiosa, moral, humanística ou filosófica, não concebem a prática de determinados actos e que, tal, merece ser respeitado. Estou certa que sim. Será por isso, por saber do que se trata, que defende o confronto entre os objectores de consciência e as mulheres que pretendem abortar?

Estamos de acordo que o aborto deve ser evitado, mas já basta de tortura!

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Começar

Vou começar, dentro de minutos, a ler outro livro. Ver a sua capa, abri-lo, sentir o papel, descobrir os pormenores da ficha técnica, a dedicatória e começar a lê-lo. Que prazer! Escolhi da pilha que me aguarda, o 'Ontem Não Te Vi Em Babilónia' do Lobo Antunes.

domingo, 8 de abril de 2007

Bobos da Corte





Nunca consegui entender os que gostam de branco porque não gostam de preto, os que não têm clube mas são anti-Benfica, os que bebem cerveja apenas porque os outros bebem, os que continuam a ler um livro porque não concebem a ideia de o fechar ainda que não estejam a gostar, os que respondem mais ou menos porque não têm coragem de dizer não, os que não escolhem, os que não se comprometem, os que vivem só porque estão vivos, os Bobos desta Vida.

Telejornais

Foi, no mínimo, confrangedor ver os telejornais de hoje. A ausência de notícias ou a sua desvalorização entupiu o espaço informativo de 'fait divers' e de histórias irrelevantes. Não foi, seguramente, inédito nas televisões portuguesas em dias feriados, mas hoje roçou o absurdo. Se não há o que dizer e o que mostrar porquê prolongar o programa?

sábado, 7 de abril de 2007

Terra