sexta-feira, 29 de junho de 2007

Jardim pondera destituição de Paulo Teixeira Pinto

É esta a manchete do Expresso. Não surpreende. Jardim Gonçalves não consegue digerir o facto de o homem que escolheu para o suceder na liderança do BCP não ser um pau-mandado. Jardim Gonçalves não consegue sequer imaginar a ideia de que o banco que criou não é seu. A sua participação é inferior a 1%, o banco está cotado em bolsa e tem milhares de accionistas. É assim que se vive no mercado de capitais.

Se Jardim Gonçalves se quiser impor e continuar a mandar no banco, que compre o BCP, que lance uma OPA. O que não pode é contrariar a vontade de alguns, muitos, accionistas, ou pelo menos, tentar, mais uma vez, fugir ao confronto com os que lhe fazem uma dura oposição.

Se, de facto destituir Paulo Teixeira Pinto, Jardim Gonçalves conseguirá apenas piorar a situação, já que incendiará ainda mais os ânimos. A guerra está instalada e existem, neste momento, investidores de peso que querem Jardim Gonçalves afastado da gestão do banco. Não perceber isto revela uma absoluta cegueira e uma absoluta irresponsabilidade. Grave, porque o que está em causa é o futuro do maior banco privado português.

Admito que já tenha passado pela cabeça de Paulo Teixeira Pinto, mais do que uma vez, apresentar a demissão. Não o fez porque se sente apoiado, mas, sobretudo, porque entende que a clarificação da liderança do banco deve ser assumida pelos seus donos, ou seja, por todos os accionistas, em assembleia geral. Não é Jardim Gonçalves que, como uma espécie de ditador, pode dispor como entender de uma instituição, apenas porque a fundou.

Triste fim o de um homem que revolucionou o sector financeiro em Portugal e que do nada fez nascer o maior grupo financeiro nacional...

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